Publicado às 7h 5, deste sábado (14)
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A Ucrânia acelerou a sua produção de armamento devido ao receio de que conflitos como o de Israel ou um possível cansaço do Ocidente possam vir a afetar a assistência económicas do país, no seu conflito contra a Rússia.
© OLEG PETRASYUK/Pool via REUTERS
13/10/23 23:36 ‧ HÁ 11 HORAS POR LUSA
MUNDO GUERRA NA UCRÂNIA
“Agradeço a todos os líderes, a todos os países que nos ajudam com armas, equipamentos e outros tipos de abastecimento, mas é evidente que o rumo fundamental do Estado é a nossa própria produção, a nosso próprio armamento e as nossas próprias munições para as forças de defesa”, declarou hoje o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Segundo o chefe de estado, a Ucrânia está preparada para “fornecer aos seus guerreiros mais capacidade de armamento ucraniano”, com total produção, “desde mísseis e drones até veículos blindados e munições do calibre necessário”.
O conselheiro do gabinete presidencial ucraniano, Mijailo Podolyak assegurou que Kyiv procurará aumentar a sua produção de mísseis de longo alcance para conseguir enfrentar os ataques russos.
“Se quisermos estar ao mesmo nível, então precisamos não só de produzir drones mas também mísseis”, afirmou Podolyak, acrescentando ainda que já foram testados protótipos experimentais com alcance de 750 a mil quilómetros.
Os serviços de inteligência militar britânicos constataram hoje num relatório diário que a Rússia não utilizou a sua aviação de longo alcance nas últimas três semanas, dando prioridade a ataques com drones.
Segundo o relatório, isso pode significar que os russos “estão a preservar o seu arsenal de mísseis AS-23” para retomarem os seus ataques aéreos à Ucrânia, durante o inverno, à semelhança do que fizeram no ano passado.
O exército russo está há quatro dias numa intensa ofensiva contra a cidade de Avdiivka, no leste da Ucrânia, onde o chefe da administração militar, Vitaly Barabas caracterizou os combates como “ferozes e contínuos”.
“Usam tudo o que têm”, disse Barabas sobre as forças militares russas. Contudo, assegurou que os soldados ucranianos “mantêm as suas posições, tendo a certeza que vão resistir”.
A cidade, cujos edifícios no centro foram destruídos nos últimos meses, fica a 13 quilómetros de Donetsk, a capital da região com o mesmo nome, controlada pelos russos.
Segundo Vitaly Barabas, restam cerca de 1.600 pessoas na cidade de Avdiivka, que contava com uma população de 31.000 habitantes antes da guerra.
O Instituto Americano para o Estudo da Guerra (ISW) calculou que as forças russas dominaram 4,52 quilómetros quadrados de território em torno de Avdiivka.
Perante a tomada do território, as Forças Armadas ucranianas enviaram reforços para Avdiivka, disse hoje o conselheiro do chefe da administração russa da região de Donetsk, Denis Pushilin.
“O inimigo transferiu forças de reserva da frente de Backmut, (antes conhecida por Artyomovsk), para a frente de Avdiivka”, disse Pushilin, acrescentando que essa decisão do comando militar ucraniano “não influenciará o andamento das ações nos setores mais quentes da frente”, uma vez que apenas irá conduzir “a novas perdas efetivas”.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
Fonte: Minuto ao Minuto | Complemento: Neto Gaia.