A governadora Raquel Lyra não escondeu seu descontentamento com o momento atual do PSDB, do qual é vice-presidente nacional. Na entrevista ao programa Canal Livre, da Band, neste domingo (16), ela disse que a sigla, que já ocupou a Presidência da República, foi reduzindo ao longo do tempo. Na sua avaliação, o PSDB precisa se reencontrar com a sua história, mas também vê a necessidade de se incorporar ou formar uma federação com outro partido.

“O PSDB acabou que foi diminuindo de tamanho. Sou muito grata ao partido porque me permitiu disputar todas as eleições majoritárias que tive oportunidade. Fui duas vezes prefeita de Caruaru e sou agora governadora de Pernambuco”, contou Raquel.
Na sequência, a governadora disse que respeita os correligionários, “agora, o partido precisa se reencontrar com a sua história”. “Ao longo do tempo busquei fazer essa discussão dentro do partido”, relatou. Raquel considera que o PSDB poderia voltar a crescer, atrair gente para disputar mandatos, discutir o Brasil e os estados.
“Isso não tem acontecido e acho que perdeu a oportunidade, durante as eleições do ano passado, de trabalhar num sistema de federação ou o que fosse naquele momento”, ressaltou. Ela avalia que a sigla poderia ter se fortalecido em 2024, visando ao pleito de 2026.
Raquel salientou que, para o PSDB, encontrar o seu caminho, “passa pela incorporação com algum partido, uma federação”. Segundo ela, esse assunto foi colocado no final do ano passado.
PRESSA
Candidata à reeleição, ano que vem, a governadora admitiu ter pressa para resolver seu futuro. “Tenho pressa nessa decisão em razão também das questões políticas em Pernambuco, e o partido também deveria ter pressa”, cravou. Na semana passada, Raquel conversou com o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, e disse ter ouvido dele que o debate interno ainda se estenderá até a definição final.
“Então, independentemente do partido onde eu esteja…Há possibilidade, sim de sair do PSDB. Já tenho deixado isso claro com quem estou conversando em razão dessa necessidade de o partido tomar um rumo, mas não tomou. Entrar em outra agremiação que me dê segurança, estabilidade, de fortalecer o nosso conjunto político”, disse Raquel.
Em outro momento, ela avisou que “sempre serei porta-voz de mim mesma”. “Há muita especulação sobre diversos partidos. Eu não estou na prateleira para leilão. A gente tem um futuro em Pernambuco e a nossa participação é para construir soluções para o País”, acrescentou.
JOÃO CAMPOS
Sobre a possibilidade de enfrentar o prefeito do Recife, João Campos (PSDB), na disputa pelo Governo, Raquel Lyra evitou citar o nome do socialista. Mas falou de uma forma, deixando claro que assumiu o Governo de Pernambuco para consertar o que foi deixado pelo PSB.
“Sempre fiz política olhando para a frente, não olho para os lados. Hoje faço gestão e tenho responsabilidade de ser governadora de Pernambuco, um estado que voltou a crescer, a ter capacidade de investimentos e cuidar das pessoas. É para essas pessoas que trabalho todos os dias, que chamo de invisíveis. Falam de eleição os analistas políticos, a imprensa de maneira geral e quem é oposição e quer chegar a um cargo. Eu nunca ganhei eleição pensando na outra. Tive a oportunidade de estar no meu quinto cargo. Completo 15 anos de mandatos ininterruptos”, assinalou.
Raquel afirmou que não foi reeleita prefeita de Caruaru pensando em ser governadora. “Aconteceu que as pessoas enxergaram em mim um potencial de mudança para Pernambuco. E quando começou a época de pesquisas, meu nome disparou. E aí? Faz sentido ou não faz sentido? Posso ajudar Pernambuco? Foi por isso que vim para cá. Nunca espelhei uma eleição na outra. Estou aqui para trabalhar pelo povo de Pernambuco. Quem está de fora que quer vir para cá, aí vai ser oposição, vai criar estratégias, vai andar o Estado. Espero que cada um busque ocupar o espaço de poder que eu tenho a honra e a oportunidade de ocupar hoje e faça a sua parte”, disse a governadora. Foto: Reprodução (cortesia)
Publicado às 7: 35, desta segunda-feira, 17.