Por que Kamala mantém Biden de fora de sua campanha?

By Neto Gaia out31,2024

Publicado às 8: 36, desta quinta-feira,31.

Presidente americano teve o papel reduzido e é o grande ausente em comícios e eventos ao lado da candidata democrata

Kamala Harris e Joe Biden na Convenção Nacional Democrata, em 19 de agosto de 2024, em Chicago. — Foto: Jacquelyn Martin / AP Photo

defesa apaixonada que Kamala Harris fez da unidade do país e de seus valores democráticos no encerramento de campanha, na terça-feira (29) em Washington, lembrou o tom combatente dos discursos proferidos por Joe Biden há quatro anos, quando ele disputou o comando dos EUA com Donald Trump. Mas Biden está longe, praticamente escondido.

Desde que desistiu da reeleição e indicou sua vice para substituí-lo, o presidente, no entanto, tem sido o grande ausente em comícios e eventos de campanha liderados pela candidata democrata. Os estrategistas de Kamala preferem que ele fique de fora da campanha democrata, que até julho era centrada nele.

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Em vez do presidente, Kamala tem recorrido a outras figuras de alto nível do Partido Democrata, como Bill Clinton, Barack e Michelle Obama, para energizar os eleitores. Na tentativa de firmar-se como uma agente da mudança, como ela vem se apresentando, a candidata democrata tem que marcar distância do impopular Biden, que tem índice de aprovação em torno de 40%, e diferenciar-se de seu governo.

“É hora de uma nova geração de liderança na América. Foi uma honra servir como vice-presidente de Joe Biden. Mas trarei minhas próprias experiências e ideias para o Salão Oval”, explicou Kamala no Parque Ellipse, nas imediações da Casa Branca.

Sua campanha teme os improvisos de Biden. Conhecido por ser uma máquina ambulante de gafes, o presidente fez jus à fama. Numa videoconferência com líderes hispânicos, atacou os seguidores de Trump, ao defender Porto Rico, classificado como ilha de lixo flutuante por um comediante apoiador do ex-presidente no comício do Madison Square Garden, em Nova York.

“O único lixo que vejo flutuando por aí são seus apoiadores. A demonização dos latinos é inconcebível e antiamericana”, disparou Biden. Era o que faltava para que a repercussão negativa do episódio, que estava concentrada no campo republicano, passasse automaticamente para a seara democrata.

A Casa Branca retificou as declarações do presidente, ao esclarecer que ele se referia ao humorista Tony Hinchcliffe e não aos simpatizantes do ex-presidente. Kamala teve que discordar do chefe em público, e o ex-presidente retomou o jogo.

Manter um presidente fora da disputa não é inédito. Na corrida eleitoral de 2000 contra George W. Bush, o vice-presidente Al Gore achou por bem afastar-se de Bill Clinton, que, embora com popularidade alta, foi arrastado no escândalo sexual com Monica Lewinsky. Bush ganhou, mas, oito anos depois, o republicano John McCain excluiu o então presidente, desgastado pela guerra do Iraque e pela recessão econômica, de sua campanha.

Biden manifestou interesse em percorrer o país com Kamala, mas seu papel foi reduzido a encontros com doadores e sindicalistas da base democrata.

A ausência gera incômodo e questionamentos para a candidata. Afinal, era ele o candidato vencedor das primárias e a principal figura do partido antes do desempenho desastroso em junho no debate com Trump. Depois disso, passou a ser considerado dano colateral para a campanha democrata

Fonte: G1 mundo para Neto Gaia.

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