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Seguindo… Órgão diz que atuação ‘pode ter ocasionado enriquecimento ilícito dos envolvidos’
Patrik Camporez Para Neto Gaia
— Brasilia
28/04/2025 15h 55.

RESUMO
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A Polícia Federal apura se empresas de viagens, eventos e buffet receberam recursos de entidades investigadas por suspeita de fraude no INSS. Segundo a investigação, parte do dinheiro descontado de aposentados e pensionistas sem autorização foi transferida a prestadores de serviço sem vínculo com atividades sindicais ou associativas. Relatórios de inteligência financeira analisados pela PF apontam movimentações atípicas que superam R$ 26 milhões, com repasses fracionados para pessoas físicas e jurídicas ligadas a setores de turismo, alimentação e eventos.
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As transferências partiram principalmente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e de federações estaduais vinculadas. As entidades são suspeitas de reter contribuições associativas diretamente da folha de pagamento do INSS sem a autorização dos beneficiários. Entre as empresas que receberam recursos estão uma agência de viagens, uma locadora de estruturas para eventos e um restaurante especializado em buffet.
No dia em que a operação contra as fraudes do INSS foi deflagrada, a Contag disse que “sempre atuou com ética, responsabilidade e tem se empenhado ativamente no aperfeiçoamento da gestão e na fiscalização dos projetos e convênios que administra, sempre em conformidade com as normas legais”.
A entidade disse ainda que respeita as instituições democráticas “e o compromisso com a legalidade em todas as suas ações, e se coloca à disposição para colaborar com as investigações em curso, defendendo a total transparência do processo investigatório e apuração devida dos fatos”.
Entenda a investigação
Segundo investigação da Polícia Federal, há fortes indícios de descontos associativos indevidos de milhares de aposentados e pensionistas do INSS, “ação que pode ter ocasionado enriquecimento ilícito dos envolvidos, com possível ocultação de patrimônio e de movimentações financeiras”.
Na semana passada, a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram uma megaoperação para combater descontos não autorizados em aposentadorias e pensões pagas pelo INSS. O chefe do órgão, Alessandro Stefanutto, foi afastado do cargo por decisão judicial e depois demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A operação, que envolveu centenas de policiais e auditores, foi autorizada pela Justiça do Distrito Federal para combater um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. As investigações apontam que a soma dos valores descontados chega a R$ 6,3 bilhões, entre 2019 e 2024, mas ainda será apurado qual porcentagem foi feita de forma ilegal.
Atualizado às 17h 7, desta segunda-feira, 28.
