Adversários não produziram até aqui um ‘polo’ de aglutinação política nem uma liderança incontestada capaz de conduzir o imenso espectro de ‘centro-direita’

Parceria: William Waack “estadão” com Neto Gaia
Lula abandonou qualquer pretensão de mudança de rota política e econômica já há algum tempo.

📸 Reprodução – Neto Gaia
Refugiou-se nas poucas ideias velhas, nas táticas conhecidas e surradas e nos rostos de sempre. A questão é saber se funcionam para 2026.
O que parece surgir para Lula como “caminho seguro” na verdade é uma aposta política de risco altíssimo. Causado por sensíveis mudanças sociais que alteraram a percepção dos benefícios fornecidos pelo Estado, e também pela sensível deterioração do poder do Executivo frente ao Legislativo. Diminuiu, em termos relativos, o peso do voto ligado ao assistencialismo.
Além disso, como o espaço para prosseguir na expansão fiscal vem se estreitando perigosamente (devido a armadilha que Lula criou para si mesmo), a necessidade política de estimular a demanda sofre com a lei das consequências não intencionais. A mais evidente delas é uma persistente inflação e seu corrosivo efeito político. Em outras palavras, a busca pelo efeito eleitoral aumenta as dificuldades políticas (entre elas, incluir no Orçamento os programas sociais).

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de inauguração do novo laminador para expansão da produção de aço em Minas Gerais Foto: Ricardo Stuckert / PR