Foto: Mark Schiefelbein / AP | Reprodução: Neto Gaia.
Lisa Cook afirmou que ‘não há motivo legal’ para ser demitida e que continuará a cumprir suas funções no banco
Por Yan Zhuang (The New York Times)
26/08/2025 | 08h 07 | Atualizado às 9h 20.
Lisa Cook, diretora do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), afirmou que não iria deixar seu cargo, horas depois de o presidente Donald Trump ter anunciado que tomaria a medida extraordinária de retirá-la do Conselho de Governadores do Banco Central.
Trump anunciou a demissão, que ele disse ser imediata, na segunda-feira, 25. Ele citou alegações de que Cook teria falsificado registros para obter condições favoráveis em uma hipoteca, embora ela não tenha sido formalmente acusada de irregularidade ou condenada por isso.
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Em comunicado divulgado por seu advogado na noite de segunda-feira, Cook disse que “não existe motivo legal” para Trump demiti-la.
“Não vou renunciar”, disse ela. “Vou continuar a cumprir minhas funções para ajudar a economia americana, como venho fazendo desde 2022.”
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Seu advogado, Abbe David Lowell, acrescentou: “Tomaremos todas as medidas necessárias para impedir sua tentativa de ação ilegal”.
Lisa Cook foi inicialmente nomeada para o Conselho de Governadores para preencher um mandato de um outro diretor. Ela foi renomeada em 2023, e seu mandato completo está previsto para terminar em janeiro de 2038. (O Conselho de Governadores, que vota nas decisões de política econômica, é composto por sete membros, indicados pelo presidente americano e confirmados pelo Senado, com mandato de 14 anos).
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Para demitir Cook, o presidente Trump invocou um poder previsto no estatuto da fundação do Fed que lhe permite destituir membros do conselho por “justa causa”. Ele justificou a manobra, legalmente duvidosa e que poderia comprometer a independência do Banco Central, alegando que as acusações de fraude hipotecária comprometiam a capacidade da diretora de atuar como uma reguladora financeira eficaz.