País se tornou o primeiro país na UE a acolher ex-soldados russos sem passaporte que fogem da guerra na Ucrânia. Permanecer em seu próprio país é extremamente arriscado para quem se recusa a lutar.
A associação alemã de direitos humanos e proteção de refugiados Pro Asyl estima que pelo menos 250.000 soldados russos recrutados buscaram proteção em outros países entre fevereiro de 2022 – quando a Rússia iniciou sua guerra contra a Ucrânia – e setembro de 2023.
A maioria buscou refúgio no Cazaquistão, Geórgia, Armênia, Turquia, Sérvia e Israel. Há relatos, porém, de que desertores teriam sido deportados de volta para a Rússia do Cazaquistão e da Armênia.
A Pro Asyl disse que apenas alguns soldados russos fugiram para algum dos Estados do Espaço Schengen – a zona de livre trânsito entre as fronteiras que inclui 29 países europeus. Chegar a esses países é uma tarefa desafiadora, sendo que muitos países da União Europeia (UE)possuem regulamentações de visto muito restritivas.
França estabelece precedentes
A França se tornou o primeiro país da UE a permitir a entrada sem passaporte de ex-militares russos que se opõem à guerra da Rússia contra a Ucrânia. Os soldados, no entanto, foram previamente avaliados enquanto estavam no Cazaquistão para evitar quaisquer problemas.
m 24 de fevereiro de 2022 a Rússia deu início à sua invasão da Ucrânia© Armyansk Republic of Crimea/Sputnik/picture alliance
“Eu entendo as preocupações dos países ocidentais e por que eles não distribuem documentos de viagem para muitos desertores, já que entre eles podem estar agentes do serviço secreto russo ou criminosos de guerra”, disse Alexander. É por isso que a trajetória dos homens a partir da Rússia e as viagens posteriores foram monitoradas […]
“Verificamos os antecedentes de todos os seis desertores”, disse Alexei Alshansky, da Conflict Intelligence Team (CIT), uma organização investigativa independente de origem russa, à DW. A própria CIT foi forçada a deixar a Rússia em 2022.
Alshansky é um ex-membro do Exército russo que ajudou desertores a irem para a França. “Em algum momento, contatamos ativistas de direitos humanos na UE e teve início o trabalho de defensoria, que durou um ano”, disse Alshansky. “Durante todo esse tempo, os desertores estavam no Cazaquistão.”
Informações:
DW
Publicado às 6: 55, desta terça-feira, 5.