A apuração teve início em outubro de 2024, quando a PF interceptou um jato de pequeno porte carregando R$ 1.149.300,00 não declarados
Mirelle Pinheiro | Para Neto Gaia.
A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (30/1), a Operação Stall, para desarticular uma organização criminosa suspeita de envolvimento em compra de votos, desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro no estado do Pará. As investigações apontam que um candidato reeleito estaria por trás do esquema, utilizando recursos ilícitos para garantir sua vitória nas eleições de 2024.
A operação cumpriu mandados de busca e apreensão em Belém, Tucuruí e Brasília, incluindo a prefeitura de Tucuruí. Até o momento, foram apreendidos dinheiro, celulares, documentos e veículos.
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Flagrante milionário
A apuração teve início em outubro de 2024, quando a PF interceptou um jato de pequeno porte no Aeroporto Internacional de Belém, carregando R$ 1.149.300,00 não declarados.Play Video
No avião, estava um funcionário público, que foi preso em flagrante transportando o dinheiro em uma mala. A suspeita era de que os valores seriam usados na compra de votos durante as eleições municipais. Além disso, o homem portava uma pistola e quatro carregadores municiados, o que resultou em sua autuação por porte ilegal de arma.
A aeronave, avaliada em R$ 11 milhões, foi apreendida. O piloto e o copiloto não foram presos, pois as investigações não indicaram envolvimento deles no crime eleitoral.
Após a apreensão milionária, a Polícia Federal aprofundou as investigações e descobriu um complexo esquema criminoso, no qual agentes públicos e empresários utilizavam desvios de verbas e empresas fantasmas para lavar dinheiro que seria usado na compra de votos.
As buscas realizadas nesta quinta-feira (30) têm o objetivo de confirmar a falsificação de documentos e a movimentação financeira ilícita para financiar campanhas eleitorais.
A Polícia Federal segue investigando a participação de outros envolvidos e analisando os materiais apreendidos. Os suspeitos poderão responder por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção eleitoral, com penas que podem ultrapassar 20 anos de prisão.
Publicado às 16: 14, desta quinta-feira, 30.