Arena Crefisa/Barueri vira segunda casa do Palmeiras e deixa ex-time da Série B sem lar

By Neto Gaia set5,2025

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Oeste, que nasceu em Itápolis, está sem estádio após acordo entre Leila e prefeitura de Barueri, que incluiu investimento de de R$ 70 milhões em reformas

Por Demétrio Vecchioli, do Sport Insider

05/09/2025 | 08h00 – Atualizado às 9h 44.

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Presidente do Palmeiras fala pela primeira vez após eliminação para o Corinthians na Copa do Brasil. Crédito: TV Palmeiras Sportingbet

Concedida a uma empresa de Leila Pereira, a Arena Barueri ganhou o nome da Crefisa e virou a segunda casa do Palmeiras. Enquanto isso, o velho inquilino, o Oeste, perdeu seu lar em Barueri. Continua na cidade até segunda ordem, mas deixou de utilizar o estádio e precisa devolver o CT que estava cedido pela prefeitura.

O contrato de concessão da arena permite ao Oeste jogar no único estádio da cidade sem pagar aluguel, só as despesas relacionadas. O problema é que elas chegaram a um valor que a direção do clube, hoje na segunda divisão estadual e sem escalão nacional, considera proibitivo: pelo menos R$ 22 mil por partida.

“Desde que cheguei, cumpri todos os compromissos. Não devo para ninguém na cidade. Ser honesto neste país te faz tomar porrada. O Oeste ninguém vai arrebentar, porque eu não vou deixar”, diz Aparecido Roberto de Freitas, o Cidão, presidente.

O Oeste nasceu em Itápolis, no interior do estado, e chegou à primeira divisão do Paulista e à Série B nacional. O novo status demandava reformas no Estádio Municipal dos Amaros, que, à época, em 2016, a prefeitura de Itápolis alegava não ter condições de bancar.

O clube pagou R$ 1,3 milhão entre taxas da Federação Paulista de Futebol (FPF) e outras despesas e, no ano seguinte, se mudou formalmente para Barueri. O combinado era a prefeitura ceder gratuitamente um estádio e um CT para o Oeste usar, e o resto a diretoria corria atrás. Até 2023, isso foi mantido.

As coisas começaram a mudar com a proposta de concessão da Arena. “O Tom (secretário de Esporte) me disse que faria outro estádio para 12 mil pessoas, me mostrou o desenho e tudo”, conta o dirigente.

O estádio nunca saiu. Já o edital da arena foi lançado exigindo a cessão gratuita à “municipalidade” para todos os jogos do “time que representa a cidade de Barueri”, com despesas cobertas pela prefeitura ou pelo “terceiro por ela indicado”.

O secretário de Esporte de Barueri, Tom Moisés, alega que a cidade só pode custear jogos amadores. “Em relação ao Oeste, a Prefeitura não se envolve nas tratativas e não desembolsa recursos públicos para arcar com nenhuma despesa, nem pode.”

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Enquanto o estádio era da prefeitura, o Oeste não pagava para jogar ali – no borderô, as despesas se resumiam a emissão de ingressos, pessoal envolvido na partida e monitoramento por imagem, o que não superava R$ 10 mil.

Agora, o Oeste não entra em campo na Arena Crefisa/Barueri sem desembolsar o dobro. Só ligar o telão custa cinco vezes mais do que a renda média do clube, que costuma jogar para menos de 200 torcedores.

“Eu entendo a Leila, ela investiu no estádio e tem o direito de cobrar. O meu combinado é com a prefeitura, que eu não teria despesa para jogar no campo. Se passaram para a Crefisa, que fizessem um acordo”, opina Cidão.

Também mudou a postura da prefeitura em relação ao CT da Vila Porto, concedido desde 2017 para ser centro de treinamento dos times profissional e sub-20 do Oeste e casa de todos os jogos das categorias de base.

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A prefeitura pediu o equipamento de volta em 2024 e deu até o sábado passado (30) para o Oeste sair, em meio à temporada. No mesmo dia, o clube se classificou às quartas de final da Copa Paulista e sonhando em voltar à Série D ou à Copa do Brasil.

“A prefeitura pretende dar ao local uma destinação que atenda melhor ao interesse público. O projeto é que o local seja edificado com um equipamento de atendimento à área de saúde pública”, justificou Tom Moisés.

Como o Oeste não cumpriu o prazo para sair, o assunto será tratado judicialmente pela prefeitura, administrada pelo mesmo grupo político desde a década de 1980 — o atual prefeito, José Roberto Piteri (Republicanos), era vice na gestão Rubens Furlan, que atraiu o Oeste a Barueri.

Para onde vai o Oeste?

Ao mesmo tempo em que diz que, se precisar pagar para jogar na arena, não deixará de fazê-lo, Cidão afirma que o Oeste não vai ficar onde não é bem-vindo.

Mudar de cidade não é um desejo, mas uma opção que custa caro: só a FPF cobra R$ 800 mil de taxa, para evitar movimentos assim. Qualquer oferta precisa incluir um estádio e um CT ou um terreno onde o Oeste possa construir um.

“Só não posso ir para cidade que tem estádio e não tem CT, ou tem CT e não tem estádio. Isso eu já tenho em Barueri”, diz Cidão.

O clube está jogando a Copa Paulista em Osasco, onde a prefeitura municipal não cobra aluguel pelo uso do estádio José Liberatti. Em agradecimento, o rubro-negro trocou o preto pelo verde na camisa e está jogando com as cores da cidade. Mas a mudança não pode ser definitiva – o José Libertatti já atingiu o limite da FPF, que é dois clubes no mesmo estádio, Audax e Grêmio Osasco.

Concedida em 2023, a Arena Barueri passou por reformas que somam R$ 70 milhões, de acordo com Leila. Desde então, é o estádio “titular” do time feminino do clube e primeira opção da equipe masculina quando o Allianz Parque está vetado.

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